Corpo, mente e espírito.
A alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual..
Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação; sonho ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.
Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (hoje obrigatória) de Medicina e Espiritualidade. Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.
Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.
CID 10 F44.3 na íntegra:
Fonte: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f40_f48.htm
F44.3 Estados de transe e de possessão
Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito.
Exclui:
intoxicação por uma substância psicoativa (F10-F19 com quarto caractere comum .0)
síndrome pós-traumática (F07.2)
transtorno(s):
· orgânico da personalidade (F07.0)
· psicóticos agudos e transitórios (F23.-)
Os estados de transe ou fenômenos mediúnicos
Estudamos dentro deste tema - Fenomenologia Orgânica e Psíquica da Mediunidade – os estados de transe ou fenômenos mediúnicos.
Cremos que as hipóteses levantadas aqui e as pesquisas já efetuadas ressaltam a importância do tema no contexto da saúde e o colocam dentro de uma área mais ampla da medicina, a da neuroanatomia funcional e transpessoal.
Sentimo-nos à vontade para abordá-lo, porque o Código Internacional de Doenças (CID) no. 10 (F44.3) já reconhece os estados de transe e possessão por espíritos; do mesmo modo que o Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, da Universidade de Nova York, no capítulo sobre Teorias da Personalidade faz menção ao assunto; e Carl Gustav Jung, em sua primeira obra, analisa o caso de uma médium, uma moça, "possuída" por um espírito, no estudo que fez dos fenômenos ocultos. Aliás, esse termo – possessão por espíritos – é usado pela Associação Americana de Psiquiatria, no DSM4 – Casos Clínicos.
Os fenômenos mediúnicos são muito ricos, tanto podem aparecer na forma de sintomas orgânicos e psíquicos, quanto de fenômenos ocultos ou paranormais. Para enfocá-los, vamos partir do pensamento contemporâneo da Ciência.
A primeira questão é que a matéria, como nós a percebemos, como a sentimos, é constituída de átomos, compostos, por sua vez, por prótons, nêutrons e a eletrosfera ou a nuvem de elétrons. Então, toda a matéria tem, por assim dizer, na sua superfície, uma quantidade de elétrons, que são partículas de carga negativa.
Quando aproximamos dois corpos materiais, na verdade, estamos juntando camadas de elétrons, isto é o mesmo que aproximar imãs da mesma polaridade, o que provoca uma repulsão, porque a atração, como sabemos, só é possível se houver pólos contrários. No caso da matéria, a sua camada superficial é formada por elétrons, o que implica em repulsão e é esta que dá a impressão tátil. O que nós sentimos, ao pegar um objeto, é a repulsão dos elétrons.
Se fosse possível tocar a matéria, conforme se imagina no senso-comum, então, essa camada de elétrons entraria em outra, de modo a produzir uma verdadeira fusão atômica. E isso daria uma grande explosão. Assim, um aperto de mão, um abraço, seria uma explosão que poderia, talvez, destruir o mundo.
Com isso se conclui que a matéria é intangível. Outro fato interessante também é o seguinte: Para que um objeto possa ser visto, há a necessidade de que ele esteja iluminado, desse modo, o que enxergamos não é o objeto, mas a luz refletida nele. Então a matéria é invisível, e também intangível.
Coisa curiosa, porque normalmente o materialista acredita na matéria com consistência concreta, mas, na realidade, ela não o é.
Outro aspecto importante: é possível tocar-se uma pessoa abraçá-la, beijá-la, e não se sentir nada. Ao mesmo tempo, há a possibilidade de existir uma pessoa distante, que pode ser evocada, por uma lembrança, um cheiro, um objeto qualquer, e a gente se emocionar. De uma forma poética, podemos dizer que o que toca é o espírito, a alma, a matéria não, ela apenas intermedeia a relação entre as pessoas e entre as pessoas e os objetos.
Outra questão também: o átomo. A maior parte dele é vazia. Quer dizer, a essência da matéria é constituída de vácuo. E este significa ausência absoluta de matéria. Ocorre o seguinte, Einstein, através de cálculos matemáticos já havia presumido que, no vácuo do átomo, teríamos uma energia denominada por ele de energia flutuante quântica do vácuo. Posteriormente, Paul Dirac, ganhador do Prêmio Nobel de Física, trabalhou essa questão do vácuo atômico, afirmando que existe um mar de partículas, subjacente a ele. Como entender esse mar de partículas? Elas vibrariam numa velocidade infinita, tornando-se, então, invisíveis, como acontece com as pás de um ventilador ou as hélices de um avião, que oscilam muito rápido, e por isso não se consegue enxergá-las. Assim, as partículas com vibração muito rápida tornam-se invisíveis aos sensores da nossa ciência, que não tem tecnologia para detectá-las.
Temos, então, um mar invisível. O que acontece?
Quando uma partícula se choca com outra, vinda desse universo subjacente ao vácuo, ela perde um tanto da sua velocidade, que fica semelhante à da luz e aparece no vácuo. Isto, no entanto, é momentâneo, porque novamente ela decai para o mar de partículas. É como se fosse uma pedra que se atira para cima,vai até um certo ponto e, depois, volta.
Na verdade, a energia flutuante quântica do vácuo é representada por partículas de matéria ou de antimatéria de velocidade, presumivelmente, superior à da luz, que poderiam,eventualmente, aparecer no vácuo atômico, aos nossos sensores, voltando, depois, a cair no mar de partículas. Dessa forma, o vazio, a ausência de matéria não existiria.
Na verdade, o termo matéria precisa ser amplificado, porque ela não é somente esse tipo que nós conseguimos apalpar, mas é também o que entra na constituição desses universos paralelos ou planos espirituais, que seriam dotados de outros dos seus padrões, que vibram em outra freqüência, em outra dimensão. Assim, em tese, nas diversas dimensões, ela não deixaria de ter consistência para os habitantes de cada uma delas.
Desse modo, o plano espiritual não seria constituído por figuras virtuais ou fantasmas etéreos, mas por entidades de consistência física sólida, com grande expressão de cores, formas, sons, compostos por outros padrões de matéria desconhecidos ainda da nossa Ciência contemporânea, mas, já presumidos pelos estudos da física teórica ou da física matemática.
Os estudos recentes de tomografias por emissão de pósitron e ressonâncias funcionais, vêm mostrando que o ato de pensar consome oxigênio e glicose, e diversos padrões do pensamento, como os da memória ou imaginação, por exemplo, vão provocar um aumento da microcirculação cerebral, em áreas específicas do cérebro que estão ligados a esses padrões.
Então a medicina vem demonstrando que o pensamento é uma energia. Por que? Porque se o ato de pensar gasta oxigênio e glicose, realiza trabalho. Entendendo-se por trabalho, o produto da força pelo deslocamento da matéria; podemos concluir que o pensamento é uma força que consome oxigênio e glicose, e, como tal, desloca matéria, realiza trabalho, então, é energia. É uma energia que causa impacto sobre a matéria. Resta um grande questionamento: o cérebro secreta o pensamento ou este é produzido por um outro sistema e o nosso corpo seria um transdutor desse pensamento? Afinal, o cérebro é o produtor ou veiculador do pensamento?
Para buscar respostas, precisamos entrar um pouco na matemática de Gödel, esse eminente matemático que trabalhou com Einstein.Vamos pensar também num computador: ele pode ser o mais elaborado do mundo, ultra- rápido, quase dotado de consciência própria, quase, porque ele depende de um programador que vem de fora. Se não há um programador ele não pode funcionar, não tem como gerenciar a sua própria existência. Imaginemos que esse computador seja o nosso cérebro, o mais perfeito já construído. Sem um programador, esse computador não seria capaz de ter autoconsciência.
A consciência, portanto, teria de vir de fora, de um programador que não pertencesse à sua estrutura. Assim, segundo o Teorema de Gödel, um sistema não é capaz de autoconsciência, esta tem de vir de fora.
O nosso cérebro sendo um computador, a consciência, certamente, não vem dele, está num programador que está fora dele, isto é, em um metasistema, distinto dele. Para nós, esse metasistema é o espírito, alma ou psiquismo. Assim, o cérebro seria um arquivador, uma CPU, um computador que viria de um programador que é o espírito.
Essa idéia é revolucionária na área da neurociência. Na verdade, a nossa consciência não vem do corpo, mas este seria um transdutor dela, porque a sua origem viria de um metasistema ou Espírito.